Em geral as imagens são formadas por figuras de grandes animais selvagens, como bisões, cavalos, cervos, entre outros.
A figura humana surge menos vezes, mas também é muito comum, sugerindo atividades
como a dança, a luta e, principalmente, a caça, mas normalmente em desenhos
esquemáticos e não de forma naturalista, como acontece com os dos animais.
Paralelamente encontram-se também palmas de mãos humanas e motivos abstratos.
Os pigmentos mais usados são o carvão, argilas de várias cores e minerais triturados.
Os veículos para os pigmentos são de determinação mais difícil,
mas presume-se que possam ter sido usados sangue, excrementos e gordura animal,
ceras e resinas vegetais, clara ou gema de ovos e saliva humana.
Acredita-se que estas pinturas tenham um cunho ritualístico ou mágico,
com uma simbologia relacionada principalmente à caça e à fertilidade.
Na Caverna de Altamira (a chamada Capela Sistina da Pré-História), na Espanha, a pintura rupestre
do bisonte impressiona pelo tamanho e pelo volume conseguido com a técnica claro-escuro.
Em outros locais e em outras grutas, pinturas que impressionam pelo realismo.
Em algumas, pontos vitais do animal marcados por flechas. Para alguns, "a magia propiciatória"
destinada a garantir o êxito do caçador. Para outros estudiosos, era a pura vontade de produzir arte.
A importância do estudo da arte rupestre deve-se não tanto à interpretação das figuras em si,
mas antes à possibilidade de obter um entendimento dos motivos e contextos que levaram
uma comunidade a usar muito do seu tempo e esforço na execução da dita arte.
Como estas sociedades primitivas se estendem no tempo e na sua essência são consideravelmente
diferentes das nossas vivências atuais, o estudo da arte rupestre de forma científica
permite analisar o comportamento do homem em contextos muito díspares,
pelo que acaba por ser um estudo transdisciplinar entre a psicanálise,
a antropologia e o nosso próprio conceito de arte.
Mas é difícil garantir qualquer coisa sobre seus significados e funções, subsistindo grande polêmica.
Vários estudos chegaram a comparar a arte rupestre com a produção de crianças autistas,
e Robert Bednarik observou que há muito escassa evidência de que a arte paleolítica tenha
sido feita predominantemente por adultos, havendo evidências, porém, de que parte
expressiva do acervo foi criada por jovens e crianças. Segundo Rodrigo Simas Aguiar,
"Uma tradução dos grafismos rupestres é impossível, pois para tanto seria necessário
conhecer com precisão os códigos que regem a composição destes símbolos.
Como não podemos decifrar com precisão os desenhos, é fundamental estar atento às técnicas de produção.
Ciente disso, o arqueólogo registra informações diversas sobre a arte rupestre, como estilo,
maneira de pintar ou gravar, largura dos sulcos ou linhas, tipos de associações
de desenhos, fontes de água mais próximas, e assim por diante.
Essas informações, quando combinadas a outras, vindas de escavações arqueológicas
tradicionais, auxiliarão na composição do contexto em que a arte rupestre está inserida."
Embora as conclusões dos estudiosos sejam muito controversas, é um consenso que os
registros podem proporcionar valiosas pistas a respeito da cultura e das crenças daquela época.
As imagens também têm sido usadas para desvendar a aparência da fauna e da flora daqueles tempos,
mas o grau de realismo das representações é variável, e mesmo os exemplares mais sofisticados podem
não ser realistas. Segundo estudo de Pruvost et al., as figuras de cavalos tendem a ser as mais confiáveis.