A verdadeira história do Natal
No dia 25 de dezembro, muitos reúnem a família e trocam presentes ao redor de um pinheiro adornado com bolas vermelhas e outros enfeites. Entendem que, neste dia, comemora-se o nascimento de Jesus Cristo, o Filho de Deus, Salvador da humanidade. Por essa razão, muitos chegam a montar presépios. Todavia, poucos param para se perguntar se de fato esta festa encontra-se na Bíblia ou se agrada a Deus que a comemoremos. Chegaste a meditar sobre isso?
A origem do Natal
Ao pesquisarmos as Escrituras sagradas, não encontramos nenhuma menção a uma festa que possa assemelhar-se ao Natal, comemorada pelos hebreus fiéis a Deus ou pela igreja primitiva. A comemoração que vemos instituída na Bíblia foi a relacionada com a morte de Jesus, não ao Seu nascimento. Ao instituir a Santa Ceia, por ocasião da Páscoa, afirmou serem pão e o vinho símbolos de Seu corpo e sangue entregue por nós (Mat. 26:26-28). Disse: "fazei isso em memória de Mim" (Luc. 22:19). O costume de comemorar o nascimento existia apenas entre os pagãos.
No artigo do mês passado, estudamos sobre como a religião fundada na época da torre de Babel por Ninrode, o rebelde contra Deus, foi modelada ao longo da história e "cristianizada" a fim de continuar sendo um instrumento de Satanás para enganar os homens. As práticas de adoração ao Deus sol foram mantidas, trocando-se apenas os nomes para obter maior aceitação entre os professos cristãos e crentes na Bíblia. Sobre o Natal, conta a história que Ninrode, cujo nome significa "rebelde" ou "ele se rebelou", teve um filho com a própria mãe - Semíramis. Dentre as diferentes versões, uma diz que após a morte de Ninrode, ela teria ficado grávida e, para esconder a vergonha, disse ter sido fecundada pelo próprio Ninrode, o qual se convertera no deus sol. Seu filho chamou-se Tamuz, e foi considerado o filho do deus sol, ou deus redentor. Instituiu-se a comemoração da data do nascimento de Tamuz - 25 de dezembro. Tamuz morreu enquanto sua mãe ainda vivia. Diz a lenda que seu corpo foi esquartejado e os pedaços enviados para diferentes partes. Então, sua mãe ordenou uma busca pelos pedaços para recompor o corpo do filho. Esta busca demorou quarenta dias, aos final dos quais ela se coloca sobre o corpo do morto e o faz ressuscitar. Então, mais tarde foi instituído o uso do pinheiro na comemoração do nascimento de Tamuz, o qual era um símbolo de ressurreição. Diz-se que os adoradores do deus sol ofereciam sacrifícios humanos - os corpos de pessoas que não estavam em harmonia com sua religião. Essas eram degoladas, e suas cabeças eram penduradas no pinheiro da festa em honra a Tamuz.
Seita indiana - Natal
Algumas tribos ainda hoje mantém este ritual, como os devotos da seita tântrica, na Índia. Na foto, vemos alguns desses adoradores, segurando galhos de árvore em que estão pendurados crânios, como oferta para o(a) deus(a) Shiva.
Essa história pode ser facilmente encontrada em diferentes enciclopédias. Existem algumas variantes entre os diversos relatos, mas a essência é a mesma. Na "História Eclesiástica de Mosheims", se lê: "se diz que foi escolhida a data de nascimento de Jesus em 25 de dezembro porque nesta data a Roma pagã celebrava a antiga "festa do solstício de inverno" (Natalis Solis Invicti)", que data da tradição babilônica e que recordava a Mitra, Baco, Adonis, Horus, Osiris, Júpiter, Hércules e Tammuz, filho de Ninrode, que haviam nascido na mesmo época invernal, conhecida hoje como Natal. Dalí surgiu a idéia de unir o nascimento desses deuses com o nascimento de Jesus. Esta festa junto com outras eram as mais vis, imorais e degeneradas que tanto desprestigiaram Roma. Os demais dias que forma a festa de Natal foram colocados para substituir as saturnálias e outras festas pagãs".
A palavra Natal vem do latim que significa "nascimento". No dia, comemorava-se o nascimento de um homem ímpio, mais tarde considerado filho de deus - Tammuz. O pinheiro, símbolo do seu renascimento, foi mantido, e em lugar das cabeças degoladas figuram as bolas de cor vermelha, que lembram sangue. O costume de se dar presentes vem também dos pagãos, das festas de Saturnálias, segundo relatam as enciclopédias A despeito da boa expectativa que os comemoradores de hoje têm em relação a data, esperando receber presentes, não se dão conta que, ao seguirem a "tradição do natal", estão seguindo os costumes pagãos antigos.
Pinheiro de Natal
Quando Jesus nasceu?
A Bíblia, embora não marque a data exata do nascimento de Jesus, dá informações suficientes para que saibamos não ter ele ocorrido no mês de dezembro. A terra de Israel está localizada no hemisfério norte, onde as estações do ano são invertidas em relação ao Brasil, Argentina, Uruguai e os diferentes países que estono hemisfério sul. No mês de dezembro, enquanto para nós se inicia o verão, em Israel, se inicia o inverno, o qual é extremamente frio, e também chuvoso, a ponto de as pessoas não poderem permanecer na rua. Em Esdras 10, encontramos o relato de uma cena passada no mês nono do calendário hebreu, que corresponde a novembro / dezembro do nosso: "E fizeram passar pregão, por Judá e Jerusalém, a todos os que vieram do cativeiro, para que se ajuntassem em Jerusalém… então, todos os homens de Judá e Benjamim, em três dias, se ajuntaram em Jerusalém; era o nono mês, no dia vinte do mês; e todo o povo se assentou na praça da Casa de Deus, tremendo por este negócio e par causa das grandes chuvas… e respondeu toda a congregação e disse em altas vozes… porém o povo é muito, e também é tempo de grandes chuvas, e não se pode estar aqui fora" (Esdras 10:7, 9, 10).
Quando o Salvador veio ao mundo como um bebê, os pastores "estavam no campo e guardavam durante as vigílias da noite o seu rebanho" (Luc.2:. Isso não poderia ser no inverno, portanto, não poderia ser em dezembro. Um estudo mais acurado mostra que Jesus possivelmente nasceu entre os meses de setembro e outubro do nosso calendário atual. A Bíblia relata, no livro de Lucas, que Zacarias recebeu a visita do anjo, anunciando que teria um filho, enquanto trabalhava no santuário: "e aconteceu que, exercendo ele o sacerdócio diante de Deus, na ordem da sua turma, segundo o costume sacerdotal… então, um anjo do Senhor lhe apareceu, posto em pé, à direita do altar de incenso…o anjo lhe disse: Zacarias, não temas, porque a tua oração foi ouvida e Isabel, tua mulher, dará luz um filho, e lhe porás o nome de João" (Luc. 1:8-10). Zacarias era "da ordem de Abias" (Luc. 1:5). O ano era dividido em 24 turnos de 15 dias, sendo que cada ordem de sacerdotes oficiava no santuário da época correspondente à sua ordem. Os turnos começavam a partir do início do ano hebreu, que sempre se dá entre março e abril. O turno da ordem de Abias, a qual pertencia Zacarias, era o oitavo (I Cron. 24:10). Sendo cada turno de 15 dias, haviam dois turnos por mês. Como o de Zacarias era o oitavo, ele oficiava no quarto mês do ano:
1 2 3 4 5 6 7 8
Turnos: |-------|--------|-------|--------|--------|--------|--------|--------|
(de 15 dias)
Primeiro Segundo Terceiro Quarto
Meses: |----------------|---------------|-----------------|-----------------|
(de 30 dias)
O calendário hebreu era contado pela observação do sol, da luz e da colheita da cevada. Assim, suas datas não coincidem todos os anos com as datas do calendário que usamos hoje, chamado de Gregoriano. Portanto, o primeiro mês do ano hebreu não caía sempre na mesma data - dependia de quando a cevada madurasse. Por vezes caía em nosso março e outras no mês de abril. Podemos considerar que o primeiro mês do calendário hebreu corresponde a março / abril do nosso calendário. Assim, o segundo cairá entre abril / maio, o terceiro entre maio / junho e o quarto entre junho/julho. Zacarias trabalhava no na última quinzena do quarto mês, o que corresponderia a julho do calendário que usamos hoje. Foi nesse mês que ele recebeu a visita do anjo.
"E sucedeu que, terminados os dias de seu ministério, voltou para sua casa. E, depois daqueles dias, Isabel, sua mulher, concebeu" (Luc. 1:23, 24). Terminado seu trabalho, em julho, Zacarias voltou e em seguida Isabel ficou grávida. No sexto mês de sua gravidez, o anjo anunciou a Maria o início de sua gravidez pelo Espírito Santo:
"E, no sexto mês, foi o anjo Gabriel enviado por Deus a uma cidade da Galiléia, chamada Nazaré, a uma virgem… Maria. E, entrando o anjo onde ela estava, disse: Salve, agraciada… eis que em teu ventre conceberás, e darás a luz um filho, e lhe porás o nome de Jesus" (Luc. 1:26-28, 30, 31).
Contando o início da gravidez de Isabel por volta de julho, o sexto mês seria janeiro. Nessa época, Maria concebeu, ou ficou grávida de, Jesus. Não há razão para pensarmos que a gestação de Jesus foi em um tempo diferente de nove meses, o tempo natural de gestação de uma criança saudável, pois Jesus além de nascer saudável fisicamente, é nosso exemplo em tudo. Assim sendo, Maria deu a luz a Jesus por volta do mês de outubro.
Deus não deixou informações na Bíblia que possibilitem determinar a data do nascimento do Salvador, o que mostra não ter sido o Seu desejo que a comemorássemos ou reverenciássemos. Todas as cerimônias e festividades religiosas estabelecidas, ex. as festas judaicas, tinham o objetivo de fixar na mente dos adoradores os importantes acontecimentos do plano da redenção e o amor e cuidado de Deus e Seu Filho para com a humanidade pecadora. A Páscoa representava a morte de Jesus; os pães ázimos relembravam a grande libertação do cativeiro do Egito operada por Deus e a maior libertação do cativeiro do pecado, que seria operada por Jesus; o Pentecostes representava o maravilhoso dom do Espírito Santo que Deus daria aos crentes para tornar eficaz o sacrifício de Cristo para o caso de cada ser humano, habilitando o homem perdoado pela fé a obedecer todos os mandamentos; a festa de trombetas prenunciava o anúncio do advento de Cristo no tempo do fim, onde uma mensagem seria dada pelo povo de Deus com poder, a semelhança do toque de trombeta, anunciando ao povo da terra a necessidade de preparo para encontrar-se com seu Senhor. Por último, o dia da expiação, que relembrava ao povo a última obra de cooperação com Deus, de sua responsabilidade, humilhando suas almas diante do Senhor para terem os pecados apagados do santuário enquanto seu Sacerdote trabalha em seu favor, fazendo a última intercessão por eles junto a Deus; e a festa de tabernáculos, que celebrava a ocasião na qual em breve todos os crentes deixarão seu lar na terra para morar nos tabernáculos eternos preparados por Deus aos que amam o Senhor Jesus e Sua vinda. De todas essas festas podemos falar pormenorizadamente em outra edição futura, mas por ora apresentamos um breve resumo do seu significado espiritual para reforçar o pensamento central: "Deus apenas as datas comemorativas cuja lembrança mais contribuiria para nosso crescimento espiritual, segundo o Seu entender. Não vemos um caso sequer na Bíblia da comemoração da data de nascimento de quem quer que seja. Daí o entendermos que nem mesmo as tradicionais festas de aniversário foram instituídas por Deus. Festas nas quais esperamos receber em lugar de dar, em que o eu é exaltado e honrado, não constituem o conjunto das cerimônias estabelecidas para nossa edificação. No verdadeiro cristianismo, o eu está "crucificado com Cristo" (Gal. 2:20), para que não mais ele viva, e sim Cristo, que se doa pelos outros motivado por amor abnegado e não egoísta. Nenhum dos aniversários de Cristo foi comemorado enquanto Ele esteve na terra, e a única festa familiar da qual ele participou e Deus considerou digna de nota na Bíblia, foi marcada pela atitude de Jesus de servir aos convidas na necessidade quando o suco de uva faltou. Não para ser servido, mas para servir, era o lema de Sua vida, e Ele é o nosso exemplo. Assim, pela palavra de Deus, tiramos duas importantes lições:
1 - Jesus não nasceu em dezembro, muito menos no dia 25
2 - Deus não autorizou em nenhum lugar a comemoração da data do seu nascimento.
Como o Natal entrou no seio da igreja cristã?
De uma festa contendo tantas imoralidades que desprestigiavam o próprio império Romano, o Natal foi convertido em uma festa cristã. Como isso se deu? A Enciclopédia Barsa diz: "Esta celebração se generalizou a partir do século IV. Como não se conhece a data exata do nascimento de Jesus, a Igreja Católica finalmente adotou o 25 de dezembro e cristianizou as festividades pagãs, que em diversos povos se celebravam como a festa do sol e os carnavais de Saturno". E na Enciclopédia de Religião Católica é mencionado que não há, fundamentalmente, uma razão que favoreça a data em questão, já que o que estabeleceu esta data foi o PAPA JULIO I no século IV para tirar a enorme discrepância que havia relativa ao tempo do nascimento do Filho de Deus, porque uns criam que tinha nascido em maio, outros em abril, outros em janeiro, etc". Assim, não pela autoridade de Deus, mas do homem, essa festa entrou no meio cristão. Ainda que o homem diga ter autoridade de Deus para fazê-lo, se o que ele institui não é confirmado por um "está escrito" na Palavra de Deus, sua presunção de "autoridade divina" nada é - é apenas um homem rebelando-se contra a verdadeira vontade divina revelada na Escritura.
A Bíblia proíbe que o povo de Deus, de qualquer forma, busque perpetuar os cultos pagãos: "Assim diz o SENHOR, não aprendais o caminho das nações…porque os costumes dos povos são vaidade…vaidade são, obra de enganos; no tempo da sua visitarão, virão a perecer" (Jer. 10:2, 3, 15). Ao contrário, afirma ser seu dever acabar com qualquer vestígio do culto pagão no seu meio: "quando o SENHOR, teu Deus, te tiver introduzido na terra, a qual passar a possuir, e tiver lançado fora muitas nações diante de ti…não farás com elas concerto… porque assim lhes fareis: derrubareis os seus altares, quebrareis as suas estátuas, cortareis os seus bosques e queimareis a fogo as suas imagens de escultura. Porque povo santo és ao SENHOR, teu Deus; o SENHOR, teu Deus, te escolheu, para que lhe fosses o Seu povo próprio de todos os povos que sobre a terra há" (Deut. 7:1, 2, 5, 6).
O Apocalipse relata em linguagem simbólica que, no tempo do fim, haverá um grupo seleto de pessoas que não estarão contaminados com nenhuma das práticas pagãs:
"E olhei, e eis que estava o Cordeiro sobre o monte Sião, e com Ele cento e quarenta e quatro mil, que em sua testa tinham escrito o nome dEle e o do Seu Pai… estes são os que não se contaminaram com mulheres, porque são virgens" (Apoc. 14:1, 4).
A Bíblia demonstra que mulher simboliza igreja: "maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja" (Efe. 5:25). Os 144.000 não se contaminaram com as igrejas da terra, com os ensinos pagãos que elas propagaram. A igreja universal (católica) romana determinou que se comemorasse o Natal, a festa pagã, agora com nomes cristãos. Os 144.000 não estarão entre os que o comemoram. Nenhuma prática pagã se achará entre esse povo santo, classificado "irrepreensível" (Apoc. 14:5) diante do trono de Deus.
A verdade é impopular
Num momento em que todos têm suas expectativas aumentadas em relação à tradição do Natal, nossa mensagem não é nada popular. Todavia, foi em algum momento popular a verdadeira mensagem de Cristo? O próprio Salvador "veio para o que era Seu, e os Seus não o receberam" (João 1:13). E orando ao Pai, relativamente aos seus discípulos, disse: "dei-lhes a Tua palavra, e o mundo os odiou, porque não são do mundo, assim como Eu não sou do mundo" (João 17:14). O evangelho dado para os fiéis de Cristo proclamarem é não um do tipo popular, o qual as massas estão dispostas a receber. Envolve a negação do eu, a decepção das expectativas egoístas pessoais, que põe os que o recebem na contramão do mundo. Mas isso, ao contrário de representar um sacrifício e maldição é uma bênção, porque enquanto a besta e os do mundo "caminham para a perdição" (Apoc. 17:11), os que andam na contramão rumam à salvação. Disse Jesus: "santifica-os na verdade, a Tua Palavra é a verdade" (João 17:17), e sem santificação, sem submissão à Palavra da Escritura, "ninguém verá o Senhor" (Heb 12:14). O crente alcançará a vida eterna vivendo de "toda a Palavra que sai da boca de Deus" (Mat. 4:4). A morte do eu e suas expectativas más pelo poder de Jesus é vida eterna para o crente. "Estou crucificado com Cristo", disse o apóstolo Paulo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou e Se entregou a Si mesmo por mim" (Gál. 2:20). Ninguém que considere verdadeiramente a vida de Jesus e Seu sacrifício por nós, fruto de amor abnegado, na cruz, poderá manter acesa no coração a expectativa que o povo em geral tem quanto ao dia de Natal, de receber presentes, gozar de férias e satisfazer o eu. Todo o que nutra o mesmo espírito de Cristo considerará ser seu dever servir antes de ser servido, e aproveitar todas as ocasiões possíveis para levar aos outros o conhecimento do Salvador.
Imbuído do Espírito de Cristo, Paulo tratava de aproveitar todas as ocasiões para pregar o evangelho, em suas próprias palavras diz: "sendo livre para com todos, fiz-me servo de todos, para ganhar ainda mais. E fiz-me como judeu para os judeus; para os que estão debaixo da lei, como es estivera debaixo da lei, para ganhar os que estão debaixo da lei. Para os que estão sem lei (não estando sem lei para com Deus, mas debaixo da lei de Cristo), para ganhar os que estão sem lei. Fiz-me fraco para os fracos, para ganhar os fracos. Fiz-me tudo para todos, para, por todos os meios, chegar a salvar alguns. E eu faço isso por causa do evangelho, para ser também participante dele." (I Cor. 9:19-23). Procurava se identificar com as pessoas em tudo o que não ferisse os princípios da palavra de Deus, para que as ganhasse para Jesus. Podemos fazer o mesmo. Por quê não diríamos como Paulo, me fiz de comemorador do Natal para ganhar os que o comemoram? Como é isso? Não nos parece difícil conceber. Posto que todos se reúnem nessa ocasião e julgam estarem de alguma forma comemorando o nascimento do Salvador, porque não introduzir a mensagem do amor e sacrifício de Cristo ao fazer-se homem e vir ao mundo para nos salvar?
Árvore de Natal
Por ocasião do nascimento de Cristo, os anjos anunciaram o evangelho aos pastores: "eis aqui vos trago novas de grande alegria, que será para todo o povo, pois, na cidade de Davi, vos nasceu hoje o Salvador, que é Cristo, o Senhor… Glória a Deus nas alturas, paz na terra, boa vontade para com os homens" (Luc. 10:14). Glória a Deus por ter condescendido em dar Seu Filho para que pudesse fazer paz entre Ele e o homem caído e assim mostrou Sua boa vontade para com os homens, Seu desejo de salvá-los a todos, ainda que com custo infinito da Sua parte. Podemos fazer o mesmo, anunciando aos que conosco se reunirem neste feriado a Jesus, que "Sendo em forma de Deus…aniquilou-Se a Si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens" (Fil. 2:6, 7). "Sendo o resplendor" da glória de Deus, "a expressa imagem de Sua pessoa, e sustentando todas as coisas pela palavra do Seu poder", foi feito "pouco menor que os anjos"… tomou sobre Si o corpo fraco da "descendência de Abraão" (Heb. 1:3; 2:9, 16). Sendo o herdeiro do trono do Universo, como Filho de Deus, dono de tudo e de todos, deixou o cetro de poder, a coroa de glória, destruiu o corpo em forma de Deus que possuía para nascer como uma indefesa criancinha, filho de uma mulher pecadora, em uma raça enfraquecida por cerca de 4000 anos de pecado. Tamanho sacrifício para ser tentado em tudo, como nós, "mas sem pecado", "porque naquilo que Ele mesmo, sendo tentado, padeceu, pode socorrer aos que são tentados" (Heb. 4:15; 2:18). "Nisso se manifestou o amor de Deus para conosco; que Deus enviou Seu Filho Unigênito ao mundo, para que por Ele vivamos. Nisto está o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que Ele nos amou e enviou Seu Filho para propiciação dos nossos pecados. Amados, se Deus assim nos amou, também nós devemos amar uns aos outros" (I João 4:9-11). Agradável e honroso tema para trazer á mente das famílias não só no dia em que se comemora o Natal, mas em todos os dias. E nessa ocasião especial, ao apresentá-lo, com nossas palavras, aos conhecidos e parentes, estamos confessando a Cristo. Quem o confessar na terra será confessado por Ele no céu. "Não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê", disse Paulo (Rom. 1:16). Nós também não nos envergonharemos dele, com a graça de Deus.
E para as crianças, porque não levá-las a compreender que muitos carecem do seu auxílio? Que em lugar de estar em grande expectativa quanto a receber novos brinquedos, podem elas abençoar outras crianças, repartindo os muitos que possuem com quem nada tem? Já passei várias vésperas de Natal preparando brinquedos para doar a outras crianças carentes, incentivado por minha mãe. O sentimento de ser bênção a outros satisfaz a alma. Ele é mesmo uma das bênção prometidas no evangelho. Quando anunciou o evangelho a Abraão, o pai da fé, disse o Senhor: "tu serás uma bênção" (Gên. 12:2). O verdadeiro evangelho faz com que, em lugar de ficarmos nós a espera de receber bênçãos, sejamos uma bênção a outros. Mais bem aventurado é dar do que receber. Prover para os outros o pão e demais necessidades físicas, e principalmente as espirituais, pregando-lhes a palavra e fazendo-lhes participantes da promessa do evangelho. As crianças também têm direito de participar das bênção do evangelho, e por isso precisam ser instruídas a seguirem o exemplo de Cristo pelos pais. Ensina a criança no caminho em que deve andar, e até quando for grande, não se desviará dele.
No dia 25 de dezembro, muitos reúnem a família e trocam presentes ao redor de um pinheiro adornado com bolas vermelhas e outros enfeites. Entendem que, neste dia, comemora-se o nascimento de Jesus Cristo, o Filho de Deus, Salvador da humanidade. Por essa razão, muitos chegam a montar presépios. Todavia, poucos param para se perguntar se de fato esta festa encontra-se na Bíblia ou se agrada a Deus que a comemoremos. Chegaste a meditar sobre isso?
A origem do Natal
Ao pesquisarmos as Escrituras sagradas, não encontramos nenhuma menção a uma festa que possa assemelhar-se ao Natal, comemorada pelos hebreus fiéis a Deus ou pela igreja primitiva. A comemoração que vemos instituída na Bíblia foi a relacionada com a morte de Jesus, não ao Seu nascimento. Ao instituir a Santa Ceia, por ocasião da Páscoa, afirmou serem pão e o vinho símbolos de Seu corpo e sangue entregue por nós (Mat. 26:26-28). Disse: "fazei isso em memória de Mim" (Luc. 22:19). O costume de comemorar o nascimento existia apenas entre os pagãos.
No artigo do mês passado, estudamos sobre como a religião fundada na época da torre de Babel por Ninrode, o rebelde contra Deus, foi modelada ao longo da história e "cristianizada" a fim de continuar sendo um instrumento de Satanás para enganar os homens. As práticas de adoração ao Deus sol foram mantidas, trocando-se apenas os nomes para obter maior aceitação entre os professos cristãos e crentes na Bíblia. Sobre o Natal, conta a história que Ninrode, cujo nome significa "rebelde" ou "ele se rebelou", teve um filho com a própria mãe - Semíramis. Dentre as diferentes versões, uma diz que após a morte de Ninrode, ela teria ficado grávida e, para esconder a vergonha, disse ter sido fecundada pelo próprio Ninrode, o qual se convertera no deus sol. Seu filho chamou-se Tamuz, e foi considerado o filho do deus sol, ou deus redentor. Instituiu-se a comemoração da data do nascimento de Tamuz - 25 de dezembro. Tamuz morreu enquanto sua mãe ainda vivia. Diz a lenda que seu corpo foi esquartejado e os pedaços enviados para diferentes partes. Então, sua mãe ordenou uma busca pelos pedaços para recompor o corpo do filho. Esta busca demorou quarenta dias, aos final dos quais ela se coloca sobre o corpo do morto e o faz ressuscitar. Então, mais tarde foi instituído o uso do pinheiro na comemoração do nascimento de Tamuz, o qual era um símbolo de ressurreição. Diz-se que os adoradores do deus sol ofereciam sacrifícios humanos - os corpos de pessoas que não estavam em harmonia com sua religião. Essas eram degoladas, e suas cabeças eram penduradas no pinheiro da festa em honra a Tamuz.
Seita indiana - Natal
Algumas tribos ainda hoje mantém este ritual, como os devotos da seita tântrica, na Índia. Na foto, vemos alguns desses adoradores, segurando galhos de árvore em que estão pendurados crânios, como oferta para o(a) deus(a) Shiva.
Essa história pode ser facilmente encontrada em diferentes enciclopédias. Existem algumas variantes entre os diversos relatos, mas a essência é a mesma. Na "História Eclesiástica de Mosheims", se lê: "se diz que foi escolhida a data de nascimento de Jesus em 25 de dezembro porque nesta data a Roma pagã celebrava a antiga "festa do solstício de inverno" (Natalis Solis Invicti)", que data da tradição babilônica e que recordava a Mitra, Baco, Adonis, Horus, Osiris, Júpiter, Hércules e Tammuz, filho de Ninrode, que haviam nascido na mesmo época invernal, conhecida hoje como Natal. Dalí surgiu a idéia de unir o nascimento desses deuses com o nascimento de Jesus. Esta festa junto com outras eram as mais vis, imorais e degeneradas que tanto desprestigiaram Roma. Os demais dias que forma a festa de Natal foram colocados para substituir as saturnálias e outras festas pagãs".
A palavra Natal vem do latim que significa "nascimento". No dia, comemorava-se o nascimento de um homem ímpio, mais tarde considerado filho de deus - Tammuz. O pinheiro, símbolo do seu renascimento, foi mantido, e em lugar das cabeças degoladas figuram as bolas de cor vermelha, que lembram sangue. O costume de se dar presentes vem também dos pagãos, das festas de Saturnálias, segundo relatam as enciclopédias A despeito da boa expectativa que os comemoradores de hoje têm em relação a data, esperando receber presentes, não se dão conta que, ao seguirem a "tradição do natal", estão seguindo os costumes pagãos antigos.
Pinheiro de Natal
Quando Jesus nasceu?
A Bíblia, embora não marque a data exata do nascimento de Jesus, dá informações suficientes para que saibamos não ter ele ocorrido no mês de dezembro. A terra de Israel está localizada no hemisfério norte, onde as estações do ano são invertidas em relação ao Brasil, Argentina, Uruguai e os diferentes países que estono hemisfério sul. No mês de dezembro, enquanto para nós se inicia o verão, em Israel, se inicia o inverno, o qual é extremamente frio, e também chuvoso, a ponto de as pessoas não poderem permanecer na rua. Em Esdras 10, encontramos o relato de uma cena passada no mês nono do calendário hebreu, que corresponde a novembro / dezembro do nosso: "E fizeram passar pregão, por Judá e Jerusalém, a todos os que vieram do cativeiro, para que se ajuntassem em Jerusalém… então, todos os homens de Judá e Benjamim, em três dias, se ajuntaram em Jerusalém; era o nono mês, no dia vinte do mês; e todo o povo se assentou na praça da Casa de Deus, tremendo por este negócio e par causa das grandes chuvas… e respondeu toda a congregação e disse em altas vozes… porém o povo é muito, e também é tempo de grandes chuvas, e não se pode estar aqui fora" (Esdras 10:7, 9, 10).
Quando o Salvador veio ao mundo como um bebê, os pastores "estavam no campo e guardavam durante as vigílias da noite o seu rebanho" (Luc.2:. Isso não poderia ser no inverno, portanto, não poderia ser em dezembro. Um estudo mais acurado mostra que Jesus possivelmente nasceu entre os meses de setembro e outubro do nosso calendário atual. A Bíblia relata, no livro de Lucas, que Zacarias recebeu a visita do anjo, anunciando que teria um filho, enquanto trabalhava no santuário: "e aconteceu que, exercendo ele o sacerdócio diante de Deus, na ordem da sua turma, segundo o costume sacerdotal… então, um anjo do Senhor lhe apareceu, posto em pé, à direita do altar de incenso…o anjo lhe disse: Zacarias, não temas, porque a tua oração foi ouvida e Isabel, tua mulher, dará luz um filho, e lhe porás o nome de João" (Luc. 1:8-10). Zacarias era "da ordem de Abias" (Luc. 1:5). O ano era dividido em 24 turnos de 15 dias, sendo que cada ordem de sacerdotes oficiava no santuário da época correspondente à sua ordem. Os turnos começavam a partir do início do ano hebreu, que sempre se dá entre março e abril. O turno da ordem de Abias, a qual pertencia Zacarias, era o oitavo (I Cron. 24:10). Sendo cada turno de 15 dias, haviam dois turnos por mês. Como o de Zacarias era o oitavo, ele oficiava no quarto mês do ano:
1 2 3 4 5 6 7 8
Turnos: |-------|--------|-------|--------|--------|--------|--------|--------|
(de 15 dias)
Primeiro Segundo Terceiro Quarto
Meses: |----------------|---------------|-----------------|-----------------|
(de 30 dias)
O calendário hebreu era contado pela observação do sol, da luz e da colheita da cevada. Assim, suas datas não coincidem todos os anos com as datas do calendário que usamos hoje, chamado de Gregoriano. Portanto, o primeiro mês do ano hebreu não caía sempre na mesma data - dependia de quando a cevada madurasse. Por vezes caía em nosso março e outras no mês de abril. Podemos considerar que o primeiro mês do calendário hebreu corresponde a março / abril do nosso calendário. Assim, o segundo cairá entre abril / maio, o terceiro entre maio / junho e o quarto entre junho/julho. Zacarias trabalhava no na última quinzena do quarto mês, o que corresponderia a julho do calendário que usamos hoje. Foi nesse mês que ele recebeu a visita do anjo.
"E sucedeu que, terminados os dias de seu ministério, voltou para sua casa. E, depois daqueles dias, Isabel, sua mulher, concebeu" (Luc. 1:23, 24). Terminado seu trabalho, em julho, Zacarias voltou e em seguida Isabel ficou grávida. No sexto mês de sua gravidez, o anjo anunciou a Maria o início de sua gravidez pelo Espírito Santo:
"E, no sexto mês, foi o anjo Gabriel enviado por Deus a uma cidade da Galiléia, chamada Nazaré, a uma virgem… Maria. E, entrando o anjo onde ela estava, disse: Salve, agraciada… eis que em teu ventre conceberás, e darás a luz um filho, e lhe porás o nome de Jesus" (Luc. 1:26-28, 30, 31).
Contando o início da gravidez de Isabel por volta de julho, o sexto mês seria janeiro. Nessa época, Maria concebeu, ou ficou grávida de, Jesus. Não há razão para pensarmos que a gestação de Jesus foi em um tempo diferente de nove meses, o tempo natural de gestação de uma criança saudável, pois Jesus além de nascer saudável fisicamente, é nosso exemplo em tudo. Assim sendo, Maria deu a luz a Jesus por volta do mês de outubro.
Deus não deixou informações na Bíblia que possibilitem determinar a data do nascimento do Salvador, o que mostra não ter sido o Seu desejo que a comemorássemos ou reverenciássemos. Todas as cerimônias e festividades religiosas estabelecidas, ex. as festas judaicas, tinham o objetivo de fixar na mente dos adoradores os importantes acontecimentos do plano da redenção e o amor e cuidado de Deus e Seu Filho para com a humanidade pecadora. A Páscoa representava a morte de Jesus; os pães ázimos relembravam a grande libertação do cativeiro do Egito operada por Deus e a maior libertação do cativeiro do pecado, que seria operada por Jesus; o Pentecostes representava o maravilhoso dom do Espírito Santo que Deus daria aos crentes para tornar eficaz o sacrifício de Cristo para o caso de cada ser humano, habilitando o homem perdoado pela fé a obedecer todos os mandamentos; a festa de trombetas prenunciava o anúncio do advento de Cristo no tempo do fim, onde uma mensagem seria dada pelo povo de Deus com poder, a semelhança do toque de trombeta, anunciando ao povo da terra a necessidade de preparo para encontrar-se com seu Senhor. Por último, o dia da expiação, que relembrava ao povo a última obra de cooperação com Deus, de sua responsabilidade, humilhando suas almas diante do Senhor para terem os pecados apagados do santuário enquanto seu Sacerdote trabalha em seu favor, fazendo a última intercessão por eles junto a Deus; e a festa de tabernáculos, que celebrava a ocasião na qual em breve todos os crentes deixarão seu lar na terra para morar nos tabernáculos eternos preparados por Deus aos que amam o Senhor Jesus e Sua vinda. De todas essas festas podemos falar pormenorizadamente em outra edição futura, mas por ora apresentamos um breve resumo do seu significado espiritual para reforçar o pensamento central: "Deus apenas as datas comemorativas cuja lembrança mais contribuiria para nosso crescimento espiritual, segundo o Seu entender. Não vemos um caso sequer na Bíblia da comemoração da data de nascimento de quem quer que seja. Daí o entendermos que nem mesmo as tradicionais festas de aniversário foram instituídas por Deus. Festas nas quais esperamos receber em lugar de dar, em que o eu é exaltado e honrado, não constituem o conjunto das cerimônias estabelecidas para nossa edificação. No verdadeiro cristianismo, o eu está "crucificado com Cristo" (Gal. 2:20), para que não mais ele viva, e sim Cristo, que se doa pelos outros motivado por amor abnegado e não egoísta. Nenhum dos aniversários de Cristo foi comemorado enquanto Ele esteve na terra, e a única festa familiar da qual ele participou e Deus considerou digna de nota na Bíblia, foi marcada pela atitude de Jesus de servir aos convidas na necessidade quando o suco de uva faltou. Não para ser servido, mas para servir, era o lema de Sua vida, e Ele é o nosso exemplo. Assim, pela palavra de Deus, tiramos duas importantes lições:
1 - Jesus não nasceu em dezembro, muito menos no dia 25
2 - Deus não autorizou em nenhum lugar a comemoração da data do seu nascimento.
Como o Natal entrou no seio da igreja cristã?
De uma festa contendo tantas imoralidades que desprestigiavam o próprio império Romano, o Natal foi convertido em uma festa cristã. Como isso se deu? A Enciclopédia Barsa diz: "Esta celebração se generalizou a partir do século IV. Como não se conhece a data exata do nascimento de Jesus, a Igreja Católica finalmente adotou o 25 de dezembro e cristianizou as festividades pagãs, que em diversos povos se celebravam como a festa do sol e os carnavais de Saturno". E na Enciclopédia de Religião Católica é mencionado que não há, fundamentalmente, uma razão que favoreça a data em questão, já que o que estabeleceu esta data foi o PAPA JULIO I no século IV para tirar a enorme discrepância que havia relativa ao tempo do nascimento do Filho de Deus, porque uns criam que tinha nascido em maio, outros em abril, outros em janeiro, etc". Assim, não pela autoridade de Deus, mas do homem, essa festa entrou no meio cristão. Ainda que o homem diga ter autoridade de Deus para fazê-lo, se o que ele institui não é confirmado por um "está escrito" na Palavra de Deus, sua presunção de "autoridade divina" nada é - é apenas um homem rebelando-se contra a verdadeira vontade divina revelada na Escritura.
A Bíblia proíbe que o povo de Deus, de qualquer forma, busque perpetuar os cultos pagãos: "Assim diz o SENHOR, não aprendais o caminho das nações…porque os costumes dos povos são vaidade…vaidade são, obra de enganos; no tempo da sua visitarão, virão a perecer" (Jer. 10:2, 3, 15). Ao contrário, afirma ser seu dever acabar com qualquer vestígio do culto pagão no seu meio: "quando o SENHOR, teu Deus, te tiver introduzido na terra, a qual passar a possuir, e tiver lançado fora muitas nações diante de ti…não farás com elas concerto… porque assim lhes fareis: derrubareis os seus altares, quebrareis as suas estátuas, cortareis os seus bosques e queimareis a fogo as suas imagens de escultura. Porque povo santo és ao SENHOR, teu Deus; o SENHOR, teu Deus, te escolheu, para que lhe fosses o Seu povo próprio de todos os povos que sobre a terra há" (Deut. 7:1, 2, 5, 6).
O Apocalipse relata em linguagem simbólica que, no tempo do fim, haverá um grupo seleto de pessoas que não estarão contaminados com nenhuma das práticas pagãs:
"E olhei, e eis que estava o Cordeiro sobre o monte Sião, e com Ele cento e quarenta e quatro mil, que em sua testa tinham escrito o nome dEle e o do Seu Pai… estes são os que não se contaminaram com mulheres, porque são virgens" (Apoc. 14:1, 4).
A Bíblia demonstra que mulher simboliza igreja: "maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja" (Efe. 5:25). Os 144.000 não se contaminaram com as igrejas da terra, com os ensinos pagãos que elas propagaram. A igreja universal (católica) romana determinou que se comemorasse o Natal, a festa pagã, agora com nomes cristãos. Os 144.000 não estarão entre os que o comemoram. Nenhuma prática pagã se achará entre esse povo santo, classificado "irrepreensível" (Apoc. 14:5) diante do trono de Deus.
A verdade é impopular
Num momento em que todos têm suas expectativas aumentadas em relação à tradição do Natal, nossa mensagem não é nada popular. Todavia, foi em algum momento popular a verdadeira mensagem de Cristo? O próprio Salvador "veio para o que era Seu, e os Seus não o receberam" (João 1:13). E orando ao Pai, relativamente aos seus discípulos, disse: "dei-lhes a Tua palavra, e o mundo os odiou, porque não são do mundo, assim como Eu não sou do mundo" (João 17:14). O evangelho dado para os fiéis de Cristo proclamarem é não um do tipo popular, o qual as massas estão dispostas a receber. Envolve a negação do eu, a decepção das expectativas egoístas pessoais, que põe os que o recebem na contramão do mundo. Mas isso, ao contrário de representar um sacrifício e maldição é uma bênção, porque enquanto a besta e os do mundo "caminham para a perdição" (Apoc. 17:11), os que andam na contramão rumam à salvação. Disse Jesus: "santifica-os na verdade, a Tua Palavra é a verdade" (João 17:17), e sem santificação, sem submissão à Palavra da Escritura, "ninguém verá o Senhor" (Heb 12:14). O crente alcançará a vida eterna vivendo de "toda a Palavra que sai da boca de Deus" (Mat. 4:4). A morte do eu e suas expectativas más pelo poder de Jesus é vida eterna para o crente. "Estou crucificado com Cristo", disse o apóstolo Paulo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou e Se entregou a Si mesmo por mim" (Gál. 2:20). Ninguém que considere verdadeiramente a vida de Jesus e Seu sacrifício por nós, fruto de amor abnegado, na cruz, poderá manter acesa no coração a expectativa que o povo em geral tem quanto ao dia de Natal, de receber presentes, gozar de férias e satisfazer o eu. Todo o que nutra o mesmo espírito de Cristo considerará ser seu dever servir antes de ser servido, e aproveitar todas as ocasiões possíveis para levar aos outros o conhecimento do Salvador.
Imbuído do Espírito de Cristo, Paulo tratava de aproveitar todas as ocasiões para pregar o evangelho, em suas próprias palavras diz: "sendo livre para com todos, fiz-me servo de todos, para ganhar ainda mais. E fiz-me como judeu para os judeus; para os que estão debaixo da lei, como es estivera debaixo da lei, para ganhar os que estão debaixo da lei. Para os que estão sem lei (não estando sem lei para com Deus, mas debaixo da lei de Cristo), para ganhar os que estão sem lei. Fiz-me fraco para os fracos, para ganhar os fracos. Fiz-me tudo para todos, para, por todos os meios, chegar a salvar alguns. E eu faço isso por causa do evangelho, para ser também participante dele." (I Cor. 9:19-23). Procurava se identificar com as pessoas em tudo o que não ferisse os princípios da palavra de Deus, para que as ganhasse para Jesus. Podemos fazer o mesmo. Por quê não diríamos como Paulo, me fiz de comemorador do Natal para ganhar os que o comemoram? Como é isso? Não nos parece difícil conceber. Posto que todos se reúnem nessa ocasião e julgam estarem de alguma forma comemorando o nascimento do Salvador, porque não introduzir a mensagem do amor e sacrifício de Cristo ao fazer-se homem e vir ao mundo para nos salvar?
Árvore de Natal
Por ocasião do nascimento de Cristo, os anjos anunciaram o evangelho aos pastores: "eis aqui vos trago novas de grande alegria, que será para todo o povo, pois, na cidade de Davi, vos nasceu hoje o Salvador, que é Cristo, o Senhor… Glória a Deus nas alturas, paz na terra, boa vontade para com os homens" (Luc. 10:14). Glória a Deus por ter condescendido em dar Seu Filho para que pudesse fazer paz entre Ele e o homem caído e assim mostrou Sua boa vontade para com os homens, Seu desejo de salvá-los a todos, ainda que com custo infinito da Sua parte. Podemos fazer o mesmo, anunciando aos que conosco se reunirem neste feriado a Jesus, que "Sendo em forma de Deus…aniquilou-Se a Si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens" (Fil. 2:6, 7). "Sendo o resplendor" da glória de Deus, "a expressa imagem de Sua pessoa, e sustentando todas as coisas pela palavra do Seu poder", foi feito "pouco menor que os anjos"… tomou sobre Si o corpo fraco da "descendência de Abraão" (Heb. 1:3; 2:9, 16). Sendo o herdeiro do trono do Universo, como Filho de Deus, dono de tudo e de todos, deixou o cetro de poder, a coroa de glória, destruiu o corpo em forma de Deus que possuía para nascer como uma indefesa criancinha, filho de uma mulher pecadora, em uma raça enfraquecida por cerca de 4000 anos de pecado. Tamanho sacrifício para ser tentado em tudo, como nós, "mas sem pecado", "porque naquilo que Ele mesmo, sendo tentado, padeceu, pode socorrer aos que são tentados" (Heb. 4:15; 2:18). "Nisso se manifestou o amor de Deus para conosco; que Deus enviou Seu Filho Unigênito ao mundo, para que por Ele vivamos. Nisto está o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que Ele nos amou e enviou Seu Filho para propiciação dos nossos pecados. Amados, se Deus assim nos amou, também nós devemos amar uns aos outros" (I João 4:9-11). Agradável e honroso tema para trazer á mente das famílias não só no dia em que se comemora o Natal, mas em todos os dias. E nessa ocasião especial, ao apresentá-lo, com nossas palavras, aos conhecidos e parentes, estamos confessando a Cristo. Quem o confessar na terra será confessado por Ele no céu. "Não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê", disse Paulo (Rom. 1:16). Nós também não nos envergonharemos dele, com a graça de Deus.
E para as crianças, porque não levá-las a compreender que muitos carecem do seu auxílio? Que em lugar de estar em grande expectativa quanto a receber novos brinquedos, podem elas abençoar outras crianças, repartindo os muitos que possuem com quem nada tem? Já passei várias vésperas de Natal preparando brinquedos para doar a outras crianças carentes, incentivado por minha mãe. O sentimento de ser bênção a outros satisfaz a alma. Ele é mesmo uma das bênção prometidas no evangelho. Quando anunciou o evangelho a Abraão, o pai da fé, disse o Senhor: "tu serás uma bênção" (Gên. 12:2). O verdadeiro evangelho faz com que, em lugar de ficarmos nós a espera de receber bênçãos, sejamos uma bênção a outros. Mais bem aventurado é dar do que receber. Prover para os outros o pão e demais necessidades físicas, e principalmente as espirituais, pregando-lhes a palavra e fazendo-lhes participantes da promessa do evangelho. As crianças também têm direito de participar das bênção do evangelho, e por isso precisam ser instruídas a seguirem o exemplo de Cristo pelos pais. Ensina a criança no caminho em que deve andar, e até quando for grande, não se desviará dele.