Bullying e cyberbullying são termos correntes no país, apesar de sua evidente origem a partir da língua inglesa,
que definem comportamentos de intimidação, agressividade, coação e coerção por parte de uma ou mais pessoas em relação a uma vítima.
Os motivos desta ação que causa embaraços, impactos psicológicos, retraimento social e até mesmo doenças entre as pessoas achacadas
podem ser vários, desde brincadeiras de mau gosto relacionadas à aparência até ações que
expressam preconceito racial, de gênero, religioso ou econômico-social.
Criar lei que combate esta ação e preconiza a sanção ou punição como última medida a ser tomada contra os agressores reconhece
a necessidade de não agir dentro da velha tônica do “olho por olho, dente por dente” e identifica no agressor possibilidades de se regenerar,
de melhorar seu comportamento e adequar-se a um modelo de civilidade, ética e respeito.
Você recebe uma foto constrangedora de um colega e, sem pensar, compartilha com os amigos.
Você recebe uma foto constrangedora de um colega e, sem pensar, compartilha com os amigos.
Alguém faz uma piada com outro amigo no Facebook, e você não vê problema
em curtir, comentar e repercutir. A “zoeira” não tem limites, né?
Por trás de brincadeiras aparentemente inocentes, pode haver um comportamento social perverso.
Por trás de brincadeiras aparentemente inocentes, pode haver um comportamento social perverso.
Quando os envolvidos são jovens e crianças, o problema aumenta. As agressões podem trazer consequências
irreversíveis para seu desenvolvimento e, em casos extremos, levar ao suicídio.
Mas, afinal, por que o bullying e o cyberbullying acontecem? Diversos estudos associam o problema ao baixo repertório de habilidades sociais.
Trocando em miúdos, trata-se da boa e velha empatia, que anda em falta, principalmente entre
crianças e adolescentes, devido à imaturidade emocional.
Segundo Angela Marin, professora da pós-graduação em Psicologia da Unisinos, espera-se que crianças e adolescentes se
tornem mais maduros emocionalmente e consigam lidar melhor com seus sentimentos à medida que se desenvolvem.
“Isso possibilita que direcionem seu foco para outras atividades, dentro e fora da escola”, explica.
Em tempo de internet, a falta de maturidade emocional tende a gerar agressões ainda mais fortes.
Em tempo de internet, a falta de maturidade emocional tende a gerar agressões ainda mais fortes.
Afinal, a rede oferece agilidade e alcance para difamar qualquer pessoa, e o fato de estar escondido atrás de um computador,
com a ilusão de que não será descoberto, torna o agressor mais ousado e impiedoso.
“O bullying é um fenômeno que tem sido associado à depressão e à baixa autoestima, bem como a problemas
“O bullying é um fenômeno que tem sido associado à depressão e à baixa autoestima, bem como a problemas
na vida adulta relacionados a comportamentos antissociais, instabilidade no trabalho e
relacionamentos afetivos pouco duradouros”, observa a pesquisadora.
Além disso, salienta que, quando o bullying ocorre na infância, pode agravar problemas já existentes ou desencadear novos.
Além disso, salienta que, quando o bullying ocorre na infância, pode agravar problemas já existentes ou desencadear novos.
Transtornos psicológicos e dificuldades de aprendizagem são efeitos comuns.
“Há uma associação entre quadros graves de depressão e bullying que pode levar as vítimas a cometer suicídio”,
alerta a professora da pós-graduação em Psicologia da Unisinos, Angela Marin.
Para se ter uma ideia do tamanho do problema, uma pesquisa comandada por especialistas das
universidades britânicas de Sheffield e Nottingham mostra que 80% dos entrevistados passaram por,
pelo menos, uma situação constrangedora de cyberbullying no trabalho.
Mas o alto índice de pessoas atingidas por essa prática não é uma exclusividade de países que já convivem com a tecnologia
há mais tempo. No Brasil, um em cada cinco adolescentes pratica bullying, segundo dados do IBGE apurados em 2012.