É fato que muitos brasileiros passaram a conhecer e a se interessar por Bitcoins em meados de 2017,
quando essa moeda digital ganhou os holofotes com uma valorização expressiva.
Mesmo tendo sido criado há vários anos, o Bitcoin se tornou assunto do momento mais recentemente quando
bateu recordes no seu valor. Para se ter uma ideia: em julho de 2013 a cotação Bitcoin estava em aproximadamente
R$ 220. Pouco mais de 4 anos depois, o valor da criptomoeda chegou a quase R$ 70 mil.
No ano passado, os saltos no preço do Bitcoin foram frequentes e possivelmente são um dos motivos que colaboraram para
que ele se tornasse objeto de desejo de muitos investidores no Brasil e no mundo em busca de retornos altos.
Em meio ao alvoroço causado pelos Bitcoins, há aqueles que se interessam pelo assunto, mas não entendem realmente como
o preço subiu tanto nos últimos anos. Nesse sentido, para entender a cotação do Bitcoin, é preciso pensar na
moeda como uma mercadoria limitada.
Quem leu sobre sua criação, sabe que a moeda digital já surgiu com um número limitado. Ou seja, os Bitcoins não são infinitos.
Com isso, se há uma determinada quantidade disponível de Bitcoins no mercado e a busca por
eles aumenta, consequentemente seu preço também vai crescer.
Por outro lado, se muitas pessoas decidirem vender seus Bitcoins e a disponibilidade da moeda no mercado aumentar,
então é provável que seu preço caia de acordo com esse movimento. Assim sendo, a cotação
Bitcoin está diretamente ligada à lei da oferta e da demanda.
Voltando a 2017 e à forte valorização dos Bitcoins, é importante perceber ao analisar o gráfico de preços que
o aumento não foi linear. Houve momentos em que muitos investidores foram pegos de surpresa com quedas significativas.
Isso porque essa criptomoeda não é vinculada a nenhum órgão regulador ou país e também não possui lastro.
Dessa forma, os Bitcoins ficam mais expostos à especulação. Em outras palavras, isso significa que tudo
que ocorre no mercado Bitcoin pode fazer o preço subir ou cair rapidamente.
Ou seja, quando um país decide proibir a negociação dessa moeda virtual ou se ocorre um ataque de
hackers a milhares de carteiras de Bitcoins, o preço pode cair. Da mesma forma que, se uma multinacional
muito famosa anuncia que pretende investir em Bitcoins, a cotação Bitcoin pode se valorizar.
Esse cenário se assemelha bastante à Bolsa de Valores. No entanto, há diferenças: além dos investimentos
em ações serem regulamentados e lastreados, a tecnologia dos Bitcoins permite uma reação mais rápida que
provoca um salto (para mais ou para menos) mais forte, assustando muitos investidores.
Queda em 2018 é significativa
Muitos entusiastas das moedas digitais acreditam que elas têm potencial para transformar o sistema financeiro atual
e também serem utilizadas não só como investimento, mas como meio de pagamento.
No entanto, essa expectativa ainda não foi confirmada na prática.
Diante disso, muitos especialistas e economistas entendem que há chances da cotação dos Bitcoins caírem mais daqui para frente.
Kenneth Rogoff, professor da Universidade de Harvard, afirmou durante entrevista que há mais chances da moeda digital cair
do que subir nos próximos anos. Ele ainda disse que enxerga a possibilidade de que, daqui 10 anos, a cotação
Bitcoin esteja mais próxima dos US$ 100 do que dos US$ 100.000.
Se esse panorama vai, de fato, ocorrer daqui uma década, não há como prever. Porém, a criptomoeda mais desejada
do momento já amarga quedas bruscas desde seu pico de valorização em dezembro do ano passado.
Cinco dias depois de ficar cotado em mais de R$ 69 mil, o Bitcoin caiu cerca de 30% e chegou a valer R$ 48.800.
A forte especulação e um problema na rede foram os motivos mais prováveis para esse recuo.
Quase um mês depois, outra grande queda: no dia 16 de janeiro, o valor caiu aproximadamente 20% com o
receio de que a Coreia do Sul pudesse restringir o uso das criptomoedas.
Esses são só alguns exemplos de quedas na cotação Bitcoin que ocorreram recentemente. Desde o início de 2018,
o valor da moeda digital caiu mais de 50%, chegando a ficar abaixo dos R$ 23 mil no dia 04 de fevereiro.
Entre as explicações para esse forte recuo desde o início do ano está a correção natural do mercado, onde investidores venderam
Bitcoins para realizar lucros após valorização tão expressiva. Além disso, as quedas podem ter ligação com o receio do mercado
sobre a possibilidade de regulamentação da criptomoeda em alguns países, fato que pode atrapalhar um dos maiores
trunfos dos Bitcoins: a negociação sem intermediários.