Tenente-coronel da gendarmaria Arnaud Beltrame, de 44 anos, voluntariou-se para ser trocado por refém. Polícia encontrou 'testamento' do atirador na casa dele, em Carcassonne.
Neste sábado (24), subiu para quatro o número de vítimas dos ataques que atingiram Carcassonne e Trèbes, no sul da França, na sexta-feira. A última morte anunciada foi a do policial trocado voluntariamente por reféns no supermercado invadido pelo sequestrador. O criminoso, que disse fazer parte do Estado Islâmico, foi morto pelas forças de segurança – e não é contabilizado como vítima.
O ministro do Interior, Gérard Collomb, anunciou em sua conta do Twitter a morte do tenente-coronel da gendarmaria Arnaud Beltrame, de 44 anos, que tinha ficado ferido na ação. "A França nunca esquecerá sua bravura, seu heroísmo, seu sacrifício", afirmou o ministro francês.
Neste sábado, investigadores encontraram referências ao Estado Islâmico durante a revista na casa de Radouane Ladki, em Carcassonne. As notas poderiam ser entendidas como uma espécie de "testamento" do atirador.
As forças da ordem, que não encontraram armas na casa, confiscaram entre outras coisas um laptop e um disco rígido, que devem ser analisados, segundo a rádio "France Info".
Uma mulher que morava com o Lakdim foi detida para interrogatório por suspeita de associação criminosa com fins terroristas. Um amigo dele também foi detido para averiguação.
Ação do atirador
A ação do marroquino Redouane Lakdim, de 25 anos, começou em Carcassonne. Armado, ele roubou um carro, matou uma pessoa e deixou outra gravemente ferida. Então ele seguiu para a região do Quartel Laperrino do 3º Regimento de paraquedistas da Infantaria da Marinha. Com uma pistola, ele feriu um militar no ombro.
Depois da ação em Carcassone, ele seguiu para Trèbes, onde fez reféns dentro do supermercado “Super U”. Ele matou um cliente e um funcionário do estabelecimento, além de deixar o policial gravemente ferido. Ao todo, 15 pessoas ficaram feridas nos ataques.
‘Soldado do Estado Islâmico’
De acordo com testemunhas, ele falou “Allahou akbar” (Alá é grande), disse ser um soldado do Estado Islâmico e estar disposto a morrer pela Síria. O Estado Islâmico reivindicou a ação, mas o vínculo direto entre Lakdim e o grupo terrorista ainda não foi constado pelas autoridades.
(Foto: Juliane Souza/Editoria de Arte)